17 de outubro de 2019

Erros- Não aproveitar o suficiente.

Com 1 ano e 8 meses de idade sai da minha cidade natal em Imperatriz M.A com a minha mãe e vim morar em Monte Aprazível-SP.
Minha mãe tinha um trampo complicado, meu pai adotivo vivia bêbado. Ou seja, não tinha como me criar com uma atenção considerável.
Minha mãe e pai costumavam me deixar aos cuidados de uma conhecida.
Com o passar do tempo criei raízes na casa e na família que acabei morando com eles a minha vida toda. Minha mãe passou minha guarda para uma mulher incrível que eu costumava chamar de tia, por conta de segurança, meu pai adotivo vivia bêbado e não era muito seguro. 
Meu pai biológico eu nunca tive a oportunidade de conhecer e muito menos ele se esforçou para conhecer a filha.
Quando eu estava perto de completar 11 anos meu pai adotivo faleceu.
Foi uma das dores mais fortes que senti no peito. Vinha um filme na minha mente de cada vez que ele abria meu caderno de inglês só pra fingir ser bravo, e quando me chamava de tampinha.
Eu nunca fui fã de velórios, o que até hoje não sou. Evito 99%. 
O velório dele foi tão diferente, ele parecia um rapaz de 20 anos deitado ali. A única coisa que eu queria era gritar e chorar com a ilusão que isso fizesse ele abrir os olhos. 
Até hoje sinto falta daqueles olhos verdes.
Mas hoje eu sei que era pior se eu ficasse vendo ele sofrer. Meu pai foi descansar e mesmo com todos os erros dele, ele merecia descansar a alma.
A morte traz tristeza, saudade, só que as vezes a pessoa está melhor descansando.
O amor nunca vai embora. E nem as lembranças. 
Sempre a minha estrela.

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Romeu

Eu odeio amar tanto você.  Romeu, queria poder te decifrar.